A JAC, que está tentando se firmar no mercado brasileiro, conquistando sua fatia de mercado com o modelo J3, tem no irmão maior, o J5, uma proposta bem interessante.
Apresentado inicialmente no Salão de Pequim em 2008, é um sedan médio que aposta, para alcançar o exito de vendas pretendido, num importante fator: concorrentes que oferecem o mesmo espaço interno sao bem mais caros.
Neste item, aliás, ele poderia até se comparar com carros da faixa superior pois, quem senta atrás, seja qual for a posição dos bancos dianteiros, pode perfeitamente cruzar as pernas sem que os joelhos batam no encosto à frente. O que, convenhamos, não é comum.
Aliás, tendo como concorrentes diretos Honda Civic e Toyota Corolla, é suficiente comparar as medidas entre-eixos dos três sedans para entender isso. Enquanto o J5 esbanja nada menos que 2,71 m para seu entre-eixo, o Civic fica com quase 2,67 (faltam 2 mm para isso) e o Corolla com 2,60. As diferenças são claras e sentidas na comodidade oferecida aos passageiros que sentam no banco traseiro.
O outro ponto de destaque deste J5 é seu preço: cerca de 47 mil reais, numa única versão, completa, contra os 53 do Civic (em seu modelo básico) e 60 do Corolla (também no modelo básico). Isto posiciona o carro na meta de uma faixa de compradores que pensaria num popular 1.0 com vários acessórios, isto é quem tem uns 30 mil reais disponíveis e financiaria os 17 restantes. Evitando assim uma prestação por demais pesada se o objetivo fosse um Civic ou um Corolla que, em minha opinião, buscam uma faixa de público dotada de maior poder aquisitivo.
Na análise de como anda e do que oferece a seu proprietário o J5, esta premissa, da relação custo/conforto, deve sempre ser lembrada. Pois pode acontecer, uma vez instalado na direção do J5 e conquistado pelo amplo espaço disponível, de esquece-la e compara-lo diretamente com seus concorrentes, sem lembrar de quanto eles custam a mais.
Assim, ao lado de alguns refinamentos próprios de um sedan de luxo, como o bom ar-condicionado digital permitindo variar a temnperatura de meio em meio grau, temos o levantamento elétrico dos vidros que só tem a função one-touch na descida do vidro do motorista. Nas demais portas é preciso manter apertada a tecla para fazer subir ou descer o vidro.
Feita esta premissa básica, resta dizer que o carro se ressente da buraqueira existente nas ruas de São Paulo, nas raras avenidas dotadas de asfalto liso o J5 anda bem melhor. Mas isto, como acontece com qualquer carro que não tenha, em seu projeto original, vocação para jipe, é absolutamente normal.
Quanto ao sistema de frenagem oferece discos ventilados na frente e a tambor atrás, com ABS, e funciona corretamente, permitindo parar o carro em espaços normais. E o mesmo pode ser dito do câmbio, uma tradicional manual de 5 marchas, bem escalonado.
O motor é um dos pontos altos do J5. Trata-se de um quatro cilindros, 1.5 e 16 válvulas, com duplo comando no cabeçote e o destaque de ter cabeçotes e bloco em aluminio, alimentado por injeção de gasolina nos coletores de admissão. Ele fornece 113 cv a 6.000 rpm e um bom torque de 14,8 kgm a 4.000 rpm, com uma curva de ampla utilização sem ficar muito distante deste pico. E a direção, do tipo a cremalheira com assistência hidráulica, atende perfeitamente ao que se destina.
Entre os dados do fabricante ficam a velocidade máxima de 175 km/h e um consumo de 6,7 l/100 km, isto é, em unidades mais habituais para o nosso consumidor, cerca de 15 km/litro. O que, como todos sabem, representa uma indicação ideal, muito dificilmente alcançável em utilização normal. Mas que, de qualquer forma, pode perfeitamente inclui-lo na categoria de carros que gastam pouca gasolina.
Se este J5 vai alcançar ou não a meta que almejam seus importadores, é coisa que só o futuro dirá… mas a primeira impressão neste sentido é certamente positiva.