Era absolutamente improvavel que um piloto, partindo na décima-primeira colocação (por não ter-se classificado para o Q3 no sábado), pudesse vencer o GP da Europa, disputado domingo em Valencia.
Mas foi isso que aconteceu quando se somaram a excepcional capacidade de pilotagem de Alonso e a falta de sorte de Vettel para tornar realidade aquele sonho que nem mesmo o mais aceso dos torcedores da Ferrari, tanto na Espanha como no resto do mundo, ousara ter.
A prova de Alonso começou com uma excelente largada que lhe permitiu, mesmo que resguardando os pneus macios novos com que iniciara o GP, ultrapassar logo Button, Rosberg e Di Resta. Sucessivamente, na volta número 12, superar Hulkenberg, que o segurara por um bom tempo. Logo depois colocar seu carro à frente de Webber, Senna, Schumacher e novamente Di Resta. Quando o safety-car deixou a pista, foi a vez de arriscar uma vez mais e ultrapassar Grosjean. Isto sem contar o bom trabalho de seu box que lhe permitiu deixar para trás Raikkonen, Kobayashi e Hamilton, este último atrapalhado pela equipe no pit-stop.
E, finalmente, o problema mecânico (oficialmente pifou o alternador da Red Bull, como também aconteceu na Lotus de Grosjean) que eliminou o lider Vettel, dando de graça o primeiro lugar a Alonso.
O piloto espanhol soube defender a liderança, mesmo com os pneus (eram os médios novos montados no segundo e último pit-stop) que, à exemplo do que tinha ocorrido no GP do Canadá, praticamente o deixaram na mão quando ainda faltavam 8 voltas à bandeirada. A ponto do espanhol perguntar ao box se não seria o caso de troca-los. E o box respondendo para ficar um pouco mais na pista e ver o que seus perseguidores conseguiriam fazer. Ao que Alonso respondeu conseguindo andar no mesmo ritmo dos rivais e chegar à vitória, que acabou lhe dando, graças ao erro de Hamilton que não teve a inteligência tática de deixar passar um Maldonado claramente mais rápido e assegurar pontos que seriam preciosos para não deixar Alonso abrir tanta vantagem no campeonato.
Alonso que agora tem 20 pontos de vantagem sobre Webber, que certamente não será seu adversário na luta pelo título, 23 sobre Hamilton e 25 sobre Vettel, estes dois últimos os verdadeiros adversários neste mundial.
Quanto aos brasileiros, ambos não tiberam a sorte a seu lado. Massa lamentou a entrada de detritos no assoalho, foi atingido por Kobayashi e, obrigado a parar nada menos que 4 vezes, perdeu a chance de marcar bons pontos. Enquanto Senna foi prejudicado por uma decisão dos comissários, na minha opinião totalmente equivocada, obrigando-o a um drive-trough que deveria ter cabido a Kobayashi. Assim mesmo, com a punião de Maldonado, acabou em 10º lugar e marcou um ponto no campeonato.