Como se esperava, foi o Boca a chegar à final da Libertadores, eliminando a Universidad de Chile, lá mesmo em Santiago, ao empatar sem gols e fazer assim valer a vitória de 2-0 obtida na semana anterior em Buenos Aires.
O jogo mostrou um Boca que, sob a batuta de Riquelme, se impôs desde o início. Mostrou tranqüilidade, raramente se afobou e, tocando a bola, até criou várias situações de gol. Todas, porém, foram desperdiçadas, principalmente por Mouche, um atacante que tem na velocidade sua arma principal mas não tem, em seu repertório técnico, a finalização precisa. E Santiago Silva foi o lutador de sempre, provocando confusão na defesa chilena, mas sem a categoria para tirar total proveito disso.
A Universidad de Chile preocupou-se sobretudo com a fase ofensiva e não marcou Riquelme como devia. E, com isso, quase perde o jogo, devendo-se lembrar que, logo aos 8º, Riquelme colocou uma bola na trave, além de ter sido o inspirador de todas as melhores jogadas de seu time.
O técnico do time da casa certamente entendeu que, em desvantagem de dois gols, teria que apostar tudo no ataque para reverter a situação. Mas não pensava que seu ataque seria parado pela defesa do Boca e que, de posse de bola, a relativa liberdade dada a Riquelme seria desastrosa.
Aliás, fica aí um interessante desafio para Tite, em função da final : como marcar Riquelme ? Marcação homem a homem com alguém na sobra ? Marcação por zona, sempre com alguém, quer não seria forçosamente o mesmo, na sobra ? Ou até deixa-lo relativamente livre e apostar na capacidade de marcação do próprio time e nos limites técnicos dos atacantes do Boca?
Talvez repetir o que Tite fez contra o Santos, na marcação de Neymar, seja a proposta mais válida. De qualquer forma, é inegável que o primeiro título do Corinthians na Libertadores passa forçosamente pela soluçao deste problema tático.