Achei curiosa, embora não me surpreendesse, a afirmação do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, comentando o balanço divulgado na semana passada pelo Governo em que se mostrava que em 8 das 12 arenas pré-escolhidas para a Copa as obras não estavam nem na metade. Para o simpático (o adjetivo vale para a pessoa, não para seu desempenho á frente do ministério) Rebelo, esse atraso é “desprezível”.
Isso me fez voltar no tempo, nos idos de 1948 e 49, quando se questionava se o Maracanã ficaria pronto a tempo para a Copa de 50. E os governantes da época diziam que tudo estaria pronto na data prevista, não haveria qualquer atraso. Coisa que não aconteceu, como aliás era facil prever. E o Maracanão foi inaugurado e utilizado sem ter sido completado, sobretudo no item acabamento. E, como era lógico, passada a festa ninguém mais se preocupou com esses detalhes.
Isto faz-me lembrar um velho ditado napolitano em que se diz que “passada a festa, dane-se o santo”, referindo-se ao santo cuja ajuda tinha sido invocada para resolver o problema e às promessas a ele feitas e não cumpridas.
Este ano, parece-me que estamos rumando para o mesmo desfecho. Obras grandiosas, projetos faraônicos, muito dinheiro que não se sabe bem se, em parte maior ou menor dependendo dos casos, poderá chegar a outros bolsos. Enfim, nada de novo… inclusive o palavreado oco e capaz de enganar apenas os ingenuos usado por políticos e cartolas em busca de publicidade facil. Neste aspecto, pode-se tranqüilamente dizer que o Brasil parou no tempo!