O que se viu ontem em Pacaembu foi uma demonstração de total impotência do Palmeiras e o presuposto de um final de campanha, neste campeonato paulista, extremamente decepcionante. Pois jogar por quase todo o segundo tempo em 11 contra 9, contra um adversário que, não por acaso, é o “lanterna” do campeonato e estava de antemão rebaixado, representa a obrigação de vencer. E, muitas vezes, faze-lo com certa facilidade, pois o desgaste físico do time adversário é inevitável. Assim, é só saber tocar a bola, abrir o jogo para as faixas laterais e, toda vez que se apresentar a chance, chutar de fora da área. Pois o goleiro adversário, que nessa situação acaba freqüentememnte só vendo a bola quando ela chega bem perto, pode ser batido sem muita dificuldade.
Todas coisas sabidamente conhecidas, mas que o Palmeiras não conseguiu por em prática e, ainda por cima, acabou concedendo ao modesto Comercial a chance do contragolpe que, por pouco, não permitia ao time de Ribeirão Preto chegar à vitória.
Assim o time de Scolari foi um desastre total e talvez o técnico, nas suas entrevistas ápós jogo, tenha posto o dedo na ferida : a falta de controle psicológico dos jogadores, que parecem sentir demasiadamente a ansiedade pelo resultado e que assim, na primeira adversidade, se perdem em campo. Se lembramos que, até o clássico frente ao Corinthians, o Palmeiras era líder invicto deste campeonato e que aquela derrota marcou o começo de um ciclo negativo, a explicação parece lógica. Mas é uma explicação que, em minha opinião, põe o dedo na ferida mas não oferece solução alguma.
Pois se jogadores profissionais não sabem suportar a tensão e se abatem profundamente na primeira adversidade, então estão na profissão errada. Já que o esporte de alto nível, seja ele qual for, exige antes de mais nada um domínio da mente que o elenco do Palmeiras, talvez com uma ou outra exceção, demonstra não ter. E nestas condições não há futuro algum.