Quando deve-se torcer por um resultado de empate entre dois outros clubes, além de vencer o próprio oponente, é claro que se trata de esperar por um milagre. Como as camisetas de torcedores do Flamengo mostravam nas arquibancadas do Engenhão, anunciando “eu acredito em milagres”.
Por muito pouco, este milagre não ocorreu, foi um gol nos instantes finais do Emelec frente ao Olimpia, em Assunção, que deu a classificação aos equatorianos, após o time da casa, já nos acrescimos, ter conseguido empatar e dar indiretamente início a uma grande festa no Rio de Janeiro. Uma festa que logo acabou, quando instantes depois foi o Emelec a marcar seu terceiro gol e arrancar uma merecida vitória. Pois o Emelec foi superior ao Olimpia e o derrotou, aliás como pouco tempo atrás tinha feito com o Flamengo. Em que pese Ronaldinho ter finalmente dado o ar de sua graça, disputando uma boa partida.
Se a classificação do Emelec foi justa, não se pode deixar de pensar num passado não tão remoto, coisa de algumas décadas no máximo, quando não havia disputa possível entre o futebol brasileiro e o equatoriano. Então era inimaginável que um dia um time do Equador pudesse eliminar um dos grandes do Brasil, como o Flamengo o é. E se isso porventura acontecesse seria um escandalo tão grande a ponto de ameaçar até as fundações da Gávea, quanto mais seu time de futebol e seus dirigentes.
Agora a realidade é outra, e com ela temos que conviver, num nivelamento do futebol continental que levou a um nível competitivo novos clubes e, no fundo, tirou o panorama do futebol daquela mesmice de Argentina, Brasil e Uruguai (os cito em rigorosa ordem alfabética) serem sempre, de antemão, os vencedores esperados e certos.