As persistentes polemicas que opõe a FIFA a dirigentes brasileiros, tanto na esfera esportiva como até na política, estão causando um desagste, de lado a lado, que teria sido facilmente evitavel. Isto, naturalmente, se a FIFA tivesse sido alertada das peculiariedades da política nacional, coisa que, no afã de conseguir sediar a Copa, muitos, a começar pelo presidente Lula, tinham deixado de lado. E aí seguiram-se promessas e mais promessas, no mais puro estilo eleitoreiro, promessas em que a FIFA acreditou e que depois começou a cobrar, cada ano com mais intensidade.
A minha idéia é que, do lado da FIFA, a omissão do vice-presidente Julio Grondona, um veterano cartola argentino que conhece de sobejo o Brasil, seus políticos e suas características, tenha sido proposital. Deixando as coisas correrem como de fato aconteceu, Grondona conseguiu desestabilizar e por fim derrubar outro cartola, o brasileiro Ricardo Teixeira. Para então tornar-se o verdadeiro representante desta parte do continente, com ambições de ser o Richelieu da FIFA.
Pois a FIFA poderia ter agido, se devidamente alertada por Grondona, de forma totalmente diferente. Definido o Brasil como país-sede, caberia abrir um largo crédito de confiança, sem se intrometer nos negócios internos brasileiros, tanto no que diz respeito a estádios como a comunicações, aeroportos, hoteis e por aí afora. Mas avisando que, a 31 de dezembro de 2012, faria um balanço da situação. E, ao mesmo tempo, estaria, ao longo destes anos, preparando um Plano B, que poderia ser a trnsferência da sede para a Inglaterra, onde já serão realizados os Jogos Olíompicos deste ano e que tem uma infra-estrutura pronta para, quase meio século depois da única Copa lá realizada, sedia-la novamente com exito total.
Aí, a 2 de janeiro de 2013 (afinal dia 1º é feriado no mundo todo), se julgasse que o Brasil não tinha feito o dever de casa, trocaria a sede da Copa de 2014, ficando o Brasil para 2026, já que em 2018 a Copa será na Russia e em 2022 no Oriente Médio. Tudo muito simples e racional… exceto pelo fato de que isso talvez salvasse o posto de Ricardo Teixeira e suas ambições à uma futura presidência da própria FIFA. Coisa que Grondona queria evitar a todo custo… e conseguiu.