Após a vitória do Chelsea sobre o Barcelona em Londres, eu dizia que o time inglês tinha obtido uma “doce vingança”. Agora, ele completou de forma soberba essa vingança, empatando 2 a 2 no Camp Nou com o mesmo Barcelona, feito que, de per si, já é sensacional. E se torna ainda mais clamoroso se atentarmos para o fato de que o time, dirigido interinamente pelo italiano Di Matteo, atuou por 11 minutos da 1.a fase e por toda a segunda em inferioridade numérica. Isto em função da expulsão do zagueiro Terry, o que, se o Chelsea não tivesse se classificado para a final, levantaria enormes protestos por parte dos meios de informação ingleses e, a seu reboque, de toda a torcida. Pois se trata de um lance que pode ser interpretado de várias formas, além da escolhida pelo árbitro, que foi a da agressão proposital.
Como se esperava, o Chelsea fez uma partida defensiva, deixando o Barcelona tomar conta do campo e ter contínua posse de bola, coisa que continuou após o primeiro gol do time espanhol e se tornou ainda mais rigorosa após a expulsão de Terry, que bagunçou toda sua defesa. Mas quando o Barcelona fez 2 a 0, placar que teria eliminado o Chelsea, o time inglês mudou de atitude, foi um pouco à frente e marcou um belo gol com o brasileiro Ramires. Era o gol que tirava a classificação ao Barcelona e que por instantes emudeceu o Camp Nou.
Foi um gol que os torcedores do Barcelona estão acostumados a ver, com atacante que chega perto do goleiro e o supera com uma bola levantada o suficiente para cair às suas costas e entrar no gol. Só que, deste feita, o autor do gol não era Messi, mas sim um adversário, o brasileiro Ramires.
No segundo tempo, o Barcelona fez o possível e o impossivel para furar o bloqueio defensivo do Chelsea, sem consegui-lo. E quando Di Matteo viu que a pressão se tornava a cada momento mais forte, resolveu arriscar: colocou em campo um artilheiro, o espanhol Torres, que até agora não tinha feito grandes coisas no Chelsea e que, num feliz contragolpe, driblou até o goleiro e marcou o gol do empate. Era o 2 a 2 que eliminava de vez o Barcelona e levava o Chelsea à final de Munique, a 19 de maio. Em minha opinião, de forma totalmente merecida.