Para enfrentar o Chelsea em Londres o técnico Guardiola modificou taticamente seu time, passando do tradicional 4-3-3 para um quase inédito 4-2-3-1. Assim Xavi ficou ao lado de Busquets à frente da defesa, enquanto Fabregas foi colocado mais à frente, no meio de campo, formando um tridente que tinha Sanchez de um lado e Iniesta de outro bem largos, praticamente nas faixas e, mais adiantado, Messi como falso centroavante.
Este esquema obviamemnte transfigurou o jogo do Barcelona pois Fabregas e Iniesta ficaram mais longe de Xavi e não se viu a tradicional troca de passes curtos, fazendo subir lentamente a bola. Pelo contrário, Xavi teve que verticalizar e lançar muito mais do que acontece normalmente.
O esquema, contudo, deu certo, pois Di Matteo, o técnico do Chelsea, tinha preparado seu time para enfrentar o tradicional 4-3-3 do Barcelona fazendo marcação sob pressão no meio de campo, com seus homens fisicamente possantes, para inibir aquela posse de bola do time espanhol, que constitui sua marca registrada. E Meireles, encarregado de ser o primeiro marcador de Messi, foi levado pelo argentino, que recuava, a ocupar uma posição demasiadamente avançada para poder ser realmente util à equipe.
Isto, por sinal, ficou claro na jogada em que, aos 43º, Cole teve que tirar de cima da linha uma bola endereçada ao gol: naquele momento, Sanchez, Messi e Fabregas encontravam-se além do marcadores, notadamente Meireles e Mikel. E a segunda vantagem deste 4-2-3-1 do Barcelona foi que Sanches e Iniesta tão abertos, abriam também o ferrolho do Chelsea, criando espaços para as entradas pelo meio de Messi e Fabregas, além das descidas deles proprios, em velocidade, pelas faixas, notadamente com o eventual suporte de Daniel Alves pela direita.
Em suma, a superioridade técnica do Barcelona foi tão clara que não teria causado surpresa alguma se ao término do primeiro tempo o escore fosse de 3 a 0 para o time espanhol. Mas essa superioridade técnica não foi acompanhada pela necessária precisão nas finalizações e Di Matteo, um técnico nascido na Suiça e de longo trabalho na Inglaterra mas com um passado de jogador na Italia, acabou vendo seu ferrolho premiado. Marcação ferrea, e bola para frente, na esperança que o isolado Drogba pudesse, num instante qualquer, criar uma chance de gol, e aproveita-la. Foi o que aconteceu… e que permitiu ao técnico afirmar, após o jogo: “fizemos a partida perfeita”.