Ricardo Teixeira foi embora da CBF, e muitos saudaram o acontecimento com o mesmo entusiasmo com que costuma-se aplaudir a queda de um ditador, acreditando que se iniciava uma nova era para o futebol brasileiro. Posteriormente, com o pedido de renuncia de Teixeira a seu cargo de representante da Confederação Sul-Americana na FIFA, teve-se a sensação de que uma pá de cal tinha sido lançada sobre o discutido personagem e seu passado, por muito tempo identificado com o do próprio futebol. Que Teixeira saiu da cena para sempre, não tenho dúvida alguma, sobretudo pelo fato de que este tipo voluntario de saída coloca um ponto final em toda a qualquer investigação que a FIFA possa fazer. E, de resto, se trata de uma manobra quase corriqueira quando eventualmente existem esqueletos no armário, como, por exemplo, fez seu ex-sogro e mentor João Havellange em sua saída do Comité Internacional Olímpico.
Mas a estrutura política da CBF não sofreu alterações, as declarações de apreço e respeito pelo trabalho de Teixeira na CBF foram uma constante, e a vontade de seguir o mesmo caminho, explícita. Mas se isso era de certa forma esperado, pois o que está ocorrendo nos bastidores é uma luta pelo poder e suas benesses, cabe destacar que nem mesmo o aparecimento de um jovem, como Ronaldo, abre a porta para sonhos mais positivos. Pois Ronaldo foi introduzido no meio por Teixeira, que buscava nele um pára-raio, e parece ter aprendido bem depressa o caminho das pedras para chegar ao poder.
Em suma, não tenho, ao menos pessoalmente, esperança alguma que as coisas possam mudar…
Pouco muda na CBF
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