Uma análise serena e racional dos problemas técnicos que, desde o lançamento, afligem a Ferrari F2012, indica dois pontos críticos : a falta de tração em curvas lentas, sobretudo na fase de saida da curva, e a falta de maior velocidade máxima. Estas, por sinal, são também as conclusões ratificadas por Domenicali, o chefe da equipe de Fórmula 1 de Maranello.
Em minha opinião, o problema poderia estar na suspensão dianteira, de tipo pull-road (isto com o tirante que puxa, ao invés de empurrar). Exatamente a solução que, tecnicamente, deveria, no entender de seu projetista, o grego Tambazis, fazer a diferença em relação aos adversários.
A olho nú, a geometria daquela suspensão é, no mínimo, estranha. Aquele tirante, que num monocoque alto como é o da Ferrari, está quase em posição horizontal, como pode puxar ? Isto é, fazer corretamente o trabalho para o qual foi projetado ?
Conseqüentemente tem-se a impressão que o monocoque fleta exatamente nos pontos de ancoragem da suspensão, causando então todos os problemas que impedem a esta Ferrari F2012 ser realmente competitiva, a não ser em algumas condições especialíssimas. Como a chuva média que vimos domingo em parte do GP da Malásia e que, somada à utilização dos pneus intermediários, deu a Alonso a chance de uma inesperada e merecidissima vitória. Mas este é um acontecimento cuja repetição que não poderia ser
considerada normal e corriqueira.
Os problemas técnicos da Ferrari
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