A derrota do Brasil frente à Alemanha não tem muita importância, em minha opinião, quanto ao resultado em si mas é importante por assinalar a necessidade de algumas mudanças na condução da seleção. Sem chegar ao extremo de pedir um novo técnico, pois o trabalho de Mano Menezes, um ano depois de seu início, está ainda na metade e merece ser concluido, fica claro, para mim, que a fase de testes poderia ser encurtada. Concentrar as buscas em algumas posições que estão se revelando carentes e fixar as demais, onde os melhores já são amplamente conhecidos, constituiria uma forma de agilizar o trabalho, com a vantagem de poder estabelecer uma estrutura básica da equipe. E assim dar a esta equipe uma certa coesão, de forma até a facilitar a inclusão de novos valores que possam ser testados.
Numa análise de posições que entendo devam ser melhor definidas está, por exemplo, a lateral esquerda, onde André Santos tem alternado boas e más apresentações e não tem aparecido, nas convocações de Mano Menezes, alguém que possa substitui-lo com vantagem. O mesmo sentido de preocupação, mas aí com a clara possibilidade de uma válida substituição (existem jogadores para isso), está na zaga central, onde a experiência de Lucio é importante mas existe a dúvida de como ele estará em 2014, ano de uma Copa que o Brasil precisa vencer, para não decepcionar todos os torcedores.
O setor mais delicado, contudo, é o meio de campo, onde se cria o jogo mas não se pode descuidar da proteção defensiva. E a experiência com mais um defensor, feita por Mano Menezes com Fernandinho, revelou-se inconcludente tanto que, no momento que ele foi substituido por Ganso, o time tomou outra feição. Embora no caso do santista seja urgente, na minha opinião, um trabalho psicológico para recuperá-lo, já que ele passa por um momento delicado que só se resolverá quando definir – de vez – seu futuro.
Na frente, por fim, as opções são várias e a escolha, quando for feita, não poderá prescindir do momento atlético de cada um para se obter sempre o máximo rendimento. Mas aí, em minha opinião, temos tempo até os Jogos Olímpicos de 2012…