De repente, o poder político da Fórmula 1 (leia-se, no caso, Jean Todt) resolveu investir numa questão aerodinâmica que parecia resolvida e mais ou menos pacificamente aceita por todas as equipes. Refiro-me aos gases do escapamento que são jogados no difusor traseiro e que, em função de sua temperatura e velocidade, aumentam a vedação do carro em sua parte inferior e, conseqüentemente, incrementam o efeito solo.
Agora a FIA deseja abolir este recurso, embora não possa, pelo regulamento, faze-lo antes de terem sido disputados 3 GPs, isto é Espanha, Monaco e Canadá.
Vale lembrar que um difusor que recebe este fluxo suplementar (no linguajar dos boxes fala-se em difusor “soprado”), alimentado pelos gases de escapamento, necessita que este fluxo seja o mais possivel constante. De outra forma, quando o piloto tira o pé do acelerador, ou mesmo alivia a pressão, varia o nivel de aderência do carro gerado pela aerodinâmica e provoca enormes problemas de dirigibilidade.
Trata-se de um problema já conhecido desde a década de 90 e que, por primeiros, os engenheiros de motor da Renault conseguiram brilhantemente resolver com um mapeamento especial do motor (lembro que mapeamento do motor é a regulagem da centralina eletronica). Pelo que se sabe, os engenheiros da Renault, alterando o atraso da ignição, conseguiram que, mesmo com o acelerador fechado, os gases continuassem fluindo no escapamento de forma normal.
A FIA entregou a discussão a seus técnicos que, na reunião de junho, deverão emitir um parecer e indicar uma solução. Em minha opinião, é provavel que se limitem a definir parametros para o mapeamento, mas sem alterar, ao menos nesta temporada, o desenho dos escapamentos.