Uma digna final de Libertadores!
Estádio lotado, muita festa, chuva, jogo pegado, catimbado, caloroso, de provocações, carrinhos, cartões amarelos e uma série de aspectos tradicionais desse torneio.
Nos quinze minutos iniciais, vimos um River muito intenso, não dando chances ao adversário, mas sem criatividade; só levava perigo através de jogadas de bolas paradas. O ritmo forte foi diminuindo e aos poucos o Tigres ia aparecendo. À medida que o time mexicano ia crescendo na partida, íamos percebendo alguns erros graves no meio de campo argentino.
Ponzio, quando adiantado, acabava ficando perdido entre Pizarro e Arévalo Ríos — se marcasse um, deixava outro solto —, o que em toda primeira etapa e durante alguns minutos da segunda pareceu perigoso. Outro ponto que devemos considerar diz respeito ao absurdo número de erros de passes do River apenas nos primeiros quarenta e cinco minutos. Em contrapartida, vejo como grande acerto a neutralização da saída de bola mexicana. Desse modo, Sóbis, Gignac e Aquino eram obrigados a voltar para buscar a pelota e sair em velocidade; todavia, não conseguiram e foram muito discretos. Ademais, entre os homens de frente do Tigres, apenas Damm conseguiu se destacar em algumas jogadas.
O gol no último minuto da etapa inicial deu mais segurança ao River no tempo final. Seguiu dominando com significativa posse de bola, enquanto o Tigres, por sua vez, decepcionava com uma postura muito diferente da que vimos frente ao Internacional, por exemplo. Juninho, durante essa semana, disse que o fato de a equipe contar com jogadores experientes seria favorável ao time mexicano — o que vimos foi uma equipe fragilizada tanto emocionalmente, quanto taticamente. O segundo gol, de um penal inquestionável, derrubou qualquer reação mexicana. Já o terceiro, serviu apenas para coroar a belíssima festa no Monumental.
E o mais gozado. Conquistou a Libertadores a equipe que venceu uma única partida na fase de grupos e se classificou para o mata-mata como o time de pior campanha. Ainda nesse ponto, o Tigres colaborou bastante para o acesso do River, pois venceu o Juan Aurich por 5-4 e deixou os Millionarios na segunda colocação do Grupo 6.
Grande vitória do River. Grande campanha na segunda fase, eliminando o arquirrival, dando baile — de virada — no Cruzeiro em pleno Mineirão, derrubando a grande surpresa da competição na semifinal e dizimando os mexicanos na final.
Um excelente resultado de um planejamento que começou a ser construído há quatro anos, quando o River foi rebaixado para a segunda divisão.